Imagem: Twitter |
Quando se fala em proteção, na
legislação, estamos normalmente tratando de pessoas, entes ou situações em que
há uma fragilidade.
Há a proteção dos consumidores
contra as ingerências das lojas, fabricantes e fornecedores; há a proteção dos
idosos, por eles terem se tornado vulneráveis a fraudes e maus tratos; há a
proteção das crianças e adolescentes, pois elas não possuem discernimento e
poder de decisão até a maioridade; enfim, sempre que o legislador entende que
possa haver algum abuso ou violação de direitos, é editada uma lei protetiva.
No caso dos espaços destinados a
proteger o meio ambiente, a meta é garantir um mínimo de meio ambiente, uma
reserva técnica. Também existem espaços que possuem espécies em extinção ou
ecossistemas que são necessários para a manutenção da vida.
Imagem: Praia do Francês |
A natureza é rica em capacidade
de adaptação e retorno ao equilíbrio. Mas existem espaços, que são dignos de
uma deferência, pelo seu significado para a vida como um todo, pela repercussão
que possuem no coletivo.
O que sempre me inquietou nos
espaços protegidos foi o cercadinho. Que um bebê necessite de limites para não
se machucar e seja colocado em um cercadinho, está ok. A criança está sendo
protegida. O ser humano em tenra idade precisa ser protegido dos perigos da
vida.
Mas no caso do meio ambiente, a proteção é
para que o homem respeite o cercadinho. Percebem? O perigo somos nós! Estamos
protegendo aquele espaço da ação humana! Somos os vilões da história.
Imagem: Revista Missões |
E a cada novo decreto ou lei
criando ou extinguindo um espaço protegido temos muitas controvérsias e
discussões. Os interesses de cada um dos 7 bilhões de habitantes diferem e
mesmo em pequenos municípios há as questões de necessidade de gerar renda x
necessidade de proteção.
O debate político terminará com a
edição de uma lei, que delimitará o espaço protegido e o que pode ser usado
para todos os outros fins. Um combinado entre todos, para que todos respeitem.
E então será colocado um cercadinho.
Imagem: ONG Assereco |
Mas o meu eterno dilema é por que
precisamos do cercadinho se já combinamos? E porque diminuir o cercadinho se já
concordamos que aquele espaço é essencial para a vida?
Já falei aqui sobre a cultura do
excesso (clique aqui para ler). É
necessário tudo isso mesmo? O que fizemos com a imensa parcela de terras não
protegidas que deixamos liberadas? Ainda não conseguimos tudo o que queríamos?
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