Esta é a época mais esperada do
ano. E também a mais vertiginosa. Acúmulo de tarefas, vontade de colocar tudo
em dia, de estar com a família. É o final de uma etapa, início de outra,
momento de reavaliação e de traçar metas.
Mas o que se vê nas ruas é uma
correria só. Comprar presentes, comprar os ingredientes da ceia (cada ceia tem
cardápio e bebidas definidas culturalmente ou comercialmente), deixar a mesa do
trabalho em dia, fazer “aquela” faxina de final de ano.
E neste clima de pressa, nessa
correria, acabamos comprando em excesso. Isto porque a urgência nos leva a
acreditar que temos pouco tempo para realizar os nossos desejos e os daquelas
pessoas que amamos. O marido sempre quis um eletrônico assim, minha filha queria
tanto aquela bicicleta...
O período que antecede as festas
é de desejos. Todos informam o que gostariam de ganhar, o que sonham, o que
pediram ao papai noel. São coisas que, no dia-a-dia, via de regra sequer nos
permitimos sonhar em adquirir por considerarmos demasiado, desnecessário,
supérfluo. Existem outras prioridades e necessidades durante o ano todo, mas
nesta época...
Veja-se o recorde anual de
pessoas que visita a famosa Rua 25 de março ou o Brás em São Paulo. Um
emaranhado sem fim de pessoas tentando localizar o desejo de modo acessível.
Isso reforça mais uma vez a constatação de que, se fossemos levar ao pé da
letra os desejos não teríamos condições de realiza-los.
Anualmente fazemos esforços (e
nos sentimos realizados) se conseguimos alcançar o número ideal de desejos
realizados com o valor monetário compatível com nossas possibilidades.
O engraçado nesta situação toda é
que, junto ao pacotinho que simboliza nossa vitória contra a nossa ausência de
possibilidade de comprar (realizar) tudo aquilo, colocamos um bilhetinho ou um
cartão e desejamos tudo aquilo que não se compra e não se encontra nem correndo
a 25 de março inteira: Que o ano novo traga sucesso! Que seja feliz! Que seja
repleto de paz e amor! Prosperidade, amizade, doçura, carinho, generosidade....
Esses são os sinceros votos de
Janaína e família.
Percebe? O que todos nós estamos
querendo, buscando e desejando, não faz parte da decoração, não está sobre a
mesa e nem cabe em um pacotinho com laço de fita.
Ainda que possamos ver em um
produto uma centelha de felicidade, ou em um sabor um conforto para o coração,
o que efetivamente desejamos para nós e para os outros não está na vitrine e
nem tem preço.
Diga-se de passagem, além do
valor monetário que nos acompanhará por alguns meses na fatura do cartão de
crédito, também nos acompanhará a angustia de ter que lidar com as escolhas
feitas na pressa desses dias. E todo o excesso de consumo repercute em mais
lixo, mais trabalho em condições precárias (porque se o preço é a metade, algum
custo foi cortado).
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